Acadêmica e Cultural

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03/05/2010 11:25

"Quando a mentira é obrigatória...dizemos a verdade! Não sabemos "fazer social", somos jovens na "melhor idade": Não bebemos, não fumamos, não dançamos e gostamos de literatura! Temos vinte e poucos anos e somos infelizes vítimas da época do rebolation da vida, que tem rebolado nossa paciência para além dos limites. Dessa forma, por protesto ou por essência mesmo, não forçamos risos, chocolates nos enjoam e detestamos flores envoltas em plásticos, exalando anti-pesticidas. Dirigimos, odiamos novela, não sabemos abraçar pela metade e abominamos os dois beijinhos no vento, com aquele estalo fraco no pé do ouvido...

Sim, reclamamos de tudo e acreditamos em pouca coisa. Evitamos salto alto, desprezamos o romantismo desvirtuado dele mesmo, não somos frágeis ou domesticáveis. Nem todos nos adoram (ter alguns inimigos é privilégio de quem tem opinião), não aprendemos a ser "mocinhas", perdemos algumas aulas graves e nunca repusemos as mesmas. Não somos feministas, somos mulheres no direito de SER O FEMININO como nos convier, como nos "der na telha". É bem verdade que não somos totalmente "prendadas", mas não discutimos relação. Não somos de Vênus e pouco nos importamos se os homens são de Marte ou do raio que os partam, não fazemos amor com quem faz sexo, não choramos enquanto nos traem, e nem todas as baboseiras a mais que dizem os livros incautos sobre o "universo feminino".

No entanto, em meio à deturpação do SER feminino, que tem reduzido nossa integridade ao absurdo, somos seres teimosos de esperança. Temos a alma nua, descalça. A nossa força é crua e ritmada, e a nossa feminilidade é mais profunda, não menos doce, não menos venenosa , nem menos legítima. Diferente, apenas. Gente assim é um perigo! Ou antiquada pra hoje em dia, né?"
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