Acadêmica e Cultural

E viva a Música Clássica Brasileira

05/03/2010 16:00

Muita gente não sabe, mas há um ano o Presidente Lula assinou um decreto considerando o dia 5 de março dia Nacional da Música Clássica. A data é mais do que especial, pois marca o aniversário de um dos maiores compositores brasileiros do gênero, Heitor Villa-Lobos.
 
A iniciativa de criar um dia para esse gênero musical, tão restrito a uma certa classe social, e até discriminado por muitos que não têm o costume de apreciar o estilo pouco divulgado, foi uma maneira de tentar reaproximar o público à uma nova forma de ver e ouvir essa música que até então estava fechada nos grandes Teatros.
 
De uma idéia do anuário “Viva Música” de 2005, que logo ganhou apoio do governo do Rio de Janeiro, primeiro município e estado a aderir o dia, a música clássica ainda vista como tabu, “careta”, “chata”, coisa de “velho” ou “intelectual”, começa a ganhar mais espaço dentro do país, e a criação de uma data para relembrar um dos nomes mais expoentes do gênero é apenas um pequeno passo para que mais brasileiros possam ter contato com esse estilo tão rico, a cada dia mais vivo e sempre em renovação.

 

 
Um pouquinho sobre Villa-Lobos
 
Nascido no ano de 1887, Villa-Lobos logo foi introduzido na música erudita por seu pai, que deu a ele uma viola de presente. A partir daí a música passou a ser a companheira, amante, e paixão de Heitor, que logo se tornou um dos grandes nomes da música clássica brasileira, participando inclusive de importantes momentos da História do país, como a Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo.
Nos seus 72 anos de vida, Villa-Lobos consagrou-se como um dos compositores mais importantes das Américas. Autor de cerca de 1.000 obras, ele levou a música clássica brasileira aos palcos internacionais. Não se contentou em “copiar” o estilo dos grandes compositores, mas criou um ‘‘jeitinho” brasileiro de fazer a música erudita.
Algumas de suas principais obras são:
Ária (Cantilena)
Tocata (O Trenzinho do Caipira)
Uirapuru
A maré encheu
Kankikis
Choros Número 1
Choros Número 5
 
Não podemos deixar de destacar outros grandes nomes da música erudita no Brasil, como Carlos Gomes, um dos maiores compositores de ópera, sendo “O Guarani” sua principal obra, e o padre José Maurício Nunes Garcia, que na época de transição do Brasil Colônia para o Império, compôs cerca de 26 Missas.
Termino aqui com uma frase de Villa-Lobos
“Sim, sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que eu transponho instintivamente para tudo que escrevo”.
 
 
* Villa- Lobos morreu no dia 17 de Novembro de 1959
 

 

Para saber mais sobre o dia Nacional da Música Clássica acesse:

https://www.vivamusica.com.br/dia-musica-classica

E sobre Villa-Lobos:

https://www.museuvillalobos.org.br/villalob/index.htm

 

 

 

 

Texto: Elis de Aquino - Acadêmica do curso de Jornalismo da UFRJ e acadêmica do curso de História da UFF, correspondente da Identidade.

 

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